Muito agradável ler-te, é como ouvir-te (com)versar...
Fui sensível a esta passagem: "adoro lê-lo e fingir que só eu o faço", adoro "fingir" que escrevo para quem me lê!
Se o óbvio parece pertencer-te enquanto "fala" de quem lê, eu não obvio nada, nada simplifico: sinto como preciso, ex/acto, aquilo que dis_se!
Queres fazer comigo um romance, tu a leitora e ambos a escrever? A história é simples: o resultado dum conhecimento epistolar, feito através da leitura part_ilhada dum romance. Um romance que escrevi e irias lendo "folha a folha", comentando. No nosso romance há um romance que é lido mas não se lê, ouvem-se os teus e meus comentários e damo-nos a ler, como escrevemos um ao outro.
Uma Introdução não teria introdução, seria introduzida:
"Quando Deus inventou o mundo já existia a linguagem como sonho divino, as palavras eram a sua respiração e as letras formavam o alimento da sua hematose que seria pulmonar nos pólos, no equador, nos versos do mais recôndito lugar do Universo. Quando criou a fala todas as linguagens plásticas do plasma se plasmaram desde o pasmo inicial da consciência até às matemáticas elaboradas dum raciocínio. Nunca a poesia deixou de ser o sopro do divino, no coração adivinho das metáforas. Dar forma à poesia é um trabalho de poetas, aqueles que procuram no mundo todos os versos do Universo. Procuro também eu fazer esse labor do amor, descobrir o coração das metáforas, o mito das formas, a filosofia das ideias, a música das palavras, até chegar aos versos dum poema que encosto ao peito quando as mãos percorrem as costas para nu amor amar."
Não se trata duma Introdução para o romance que te darei a ler, apenas o aflorar da possibilidade de escrever quantas Introduções quiser: fazer o texto nascer das palavras, sem nos preocuparmos com o contrário - muitas vezes presente - de sentir o texto a const_ruir as palavras, subjugando-as inteiramente à sua lógica.
Escreveríamos um romance sem saber se estamos a fazer literatura, seria um romance literal: igual à vida, sou ávido desta ideia!
Tu serias a personagem principal, eu seria o teu autor: ambos actores em pé de igualdade, capazes de dizer a palavra por escrito. Para adensar o mistério... receberias apenas gravações da minha voz, um texto audível, mas invisível.
Dizes-me para deixar "Maria Rita", o meu "Maria Ri(t)a" ou "Maria Ri_t_a" era para jogar com "Sin_t_onia" e "M.I. (t)facto em evidência".
Vou-te dizer como surgiu o talo que gostaste de ver substituir o falo, foi quando a Maria Rita espreitou para o meu colo. O colo dum caule, é a zona da sua inserção no solo. Foi aí que me lembrei, ela olhava para o meu colo procurando entroncar o seu olhar... no meu talo, procurando-o flexível e vibrante, adiante, isso pertence à história do conto e eu quero que uses as exclamações sem restrições: um mimo, os teus comentários.
Sabes que logo a seguir ao teu parágrafo inicial escreveste o que poderia ser outro título para o conto, "Final Feliz"? Quase fico na dúvida, será que é?...
Depois ainda temos a Rainha de Ouros a aparecer duas vezes, aí não me disseste o porquê de parares, pairei... você parou. Gosto da ouvir a "escutar a voz da intuição", espero a continuação...
P.S. Chamei a esta carta "conto erótico" porque parece ser onde me saio melhor como escritor, é onde tenho mais leitores... Trata-se duma questão er_ótica vista por esta óptica? Está tratado o tópico!
NOTA: Há aqui uma inflação de leituras que não corresponde a leitores, são navegantes apressados que não aportam a este porto; a eles gostaria de dar uma carta, um portulano, um mapa; podem continuar a navegar...
http://vertoblogando.blogspot.com/2005/04/mapa-1.html
{(04.11.06)
Inclui hoje a foto no texto, ligando-o a "narrativa erótica"; mais precisamente, em: 10 – conto erótico 1
http://www.recantodasletras.com.br/cartas/281999}
http://recantodasletras.uol.com.br/visualizar.php?idt=10217
+ 2 Cristina Nunes; Jacques Levin
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