DE ENCARNAÇÃO QUE FOI TRISAVÓ E NÃO CHEGUEI A CONHECER
I – INSIGNICÂNCIAS
Eu sabia que ele ia ler como se eu estivesse a escrever para ela, não estava. Estou a escrever para coisa nenhuma: o botão de baixo, acima do botão de cima, qualquer coisa como isto. Isto não tira importância ao que tenho a dizer, também não a dá. O motivo continua suficiente para poder continuar a escrever sem motivo nenhum, o que seria menos que escrever para coisa nenhuma.
Para termos um motivo não precisamos de ter coisa alguma, até nos pode estar a faltar tudo e só ter carências: fome, tristeza que é falta de alegria, mercadoria nenhuma. Quando assim raciocinamos, acabamos por dar conta que o comércio da escrita é mesmo feito de insignificâncias.
II – PERSONAGENS
Quem é ela, quem é ele? Se se quiser contar uma história, não podemos ser indiferentes aos seus personagens. As personagens das p_rosas onde inspiro a ver se respiro rosas são perfeitamente imperfeitas, são p_rosas feitas para um leitor com tanto tempo e paciência que pode perder aquele enquanto estiver naquela. Tempo e paciência, essas as nossas personagens.
III – ÚLTIMA APARIÇÃO
Quando se faz da escrita uma questão pessoal, o que há de pessoal na escrita? Escrevemos para os outros, porque eles existem e nós existimos para eles. Situação assaz incómoda e estranha a qualquer ideia de criação, nada se cria onde já está tudo!
Encarnação
1 comentário:
Escrevemos para coisa nenhuma, porque tudo já está escrito, mas somos em tudo e tudo está em nós.
Mas escrever para ti é ter tudo o que falta: satisfazer carências, nutir-me das palavras soltas que me emprestas em noites como esta...uma brisa suave com o bater da chuva na janela
Sabes que depois de te ler, o sono vem suave como um beijo teu.
Quem somos nós? Eu estou aqui e tu está aí numa do Tu Cá, Tu Lá...somos personagens inventadas por nós próprios. Concordamos e asim ficamos...lêmo-nos e saboreamo-nos com as nossas palavras.
Reencarnamos!!!
Beijos
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